
Produto, que deve captar até R$ 150 milhões, dá ao investidor a possibilidade de fazer o resgate do investimento em garrafas com os melhores labels do mercado
A Vitreo Gestão, casa que faz parte do Grupo Empiricus, lançou o Vitreo Wealth & Oeno Asset Vinhos Finos, primeiro produto do portfólio da gestora que busca oportunidades de ganhos com o mercado de vinhos de luxo. O fundo, exclusivo para investidores profissionais, foi estruturado com a gestora e administradora de vinhos Oeno Asset, empresa que faz parte do grupo inglês de mesmo nome e que chegou ao Brasil neste ano.
Desenvolvido
como um FIM, o fundo nasceu com a proposta de tornar mais robusta a oferta de
investimentos alternativos no portfólio da Vitreo. Com o processo de financial
deepening (sigla em inglês que significa aprofundamento financeiro) ocorrendo
no Brasil, os investidores locais têm buscado alocações alternativas às ações e
à renda fixa — principalmente com o mundo começando a atravessar um período
inflacionário.
“O
nosso objetivo é fortalecer a imagem da gestora como uma casa cada vez mais
especializada em investimentos alternativos no Brasil”, explica George
Wachsmann, CEO da Vitreo Gestão. “Dessa vez, estamos fazendo isso com o que o
mercado chama de passion asset, que são ativos que mexem com a paixão de quem
investe, o que ocorre com os investidores que gostam de colocar seus recursos
em obras de arte ou em carros antigos, por exemplo.”
Além
disso, de acordo com a equipe de gestão do fundo, existe uma demanda por
investimentos em ativos reais como forma de preservação de patrimônio, e o
Vitreo Wealth & Oeno Asset Vinhos Finos busca geração de retorno com um
ativo descorrelacionado do mercado. “Os vinhos finos são ativos com dinâmica
fundamental própria de oferta e demanda. Eles têm uma oferta inelástica, não
tem como aumentar a produção para dar conta de todo o consumo e demanda global.
Além do mais, nós trabalhamos com os melhores vinhos do mundo, que já possuem
histórico de centenas de anos”, explica Victor Hugo Cotoski, gestor sênior de
portfólios da Oeno Group.
De
acordo com a gestora e administradora de vinhos, a seleção dos vinhos vai levar
em conta critérios como diversificação geográfica, vintage, liquidez e potencial
de retorno. “Investir em vinhos é investir em um ativo real dolarizado.
Trata-se de uma excelente opção para diversificação e proteção de portfólio,
com boa rentabilidade histórica nos últimos 40 anos”, explica Cotoski.
“Um investidor que tivesse aportado, em 2000, R$100 mil em uma carteira com os
melhores vinhos da região de Bordeaux e Borgonha, teria hoje por volta de R$ 2 milhões”, diz.
O
Vitreo Wealth & Oeno Asset conta com um aporte inicial de R$ 50 mil, valor abaixo do que é
ofertado por produtos desse setor. O fundo conta com uma estrutura offshore
baseada nas Ilhas Cayman e com uma versão local que espelha o fundo
estrangeiro. O investidor que fizer o investimento no fundo master, via
offshore, vai poder fazer o resgate em garrafas de vinho ou no valor
equivalente. O fundo tem um benchmark de retorno absoluto, com expectativa de
retorno de 10% em libra sobre o Liv-Ex, a bolsa de valores dos vinhos finos de
Londres.
“A
projeção de retorno é em libra porque a custódia está no Reino Unido. Desde que
foi lançado, o real desvaloriza 5% ao ano na média, como moeda emergente.
Então, tem um efeito cambial positivo para o investidor brasileiro no longo
prazo. Além da proteção em moeda, esse ativo é usado como hedge inflacionário
por grandes fortunas no mundo todo. Com o produto, nossa expectativa é atingir
um retorno acima de 10% ao ano em libras e com uma volatilidade baixa”, comenta
Cotoski.
“Estou
muito feliz com a estrutura criada, será um passo importante para o Brasil e
para a América Latina expandirem seus mecanismos de investimentos alternativos
em passion assets, assim como é comum aqui no Reino Unido, Europa e Estados
Unidos, por exemplo”, comenta Justin Knock, um dos principais mestres de
vinhos do mundo, diretor vinhos do grupo Oeno e o responsável pela seleção de
produtos do fundo.
De acordo com Wachsmann, o produto tem um time
de gestores especializados nesse mercado, com todos e os melhores mecanismos de
proteção antifraude do mundo, e custódia assegurada por especialistas em
Londres. A expectativa das duas gestoras é captar R$ 100 milhões no primeiro ano de operação do
fundo, que tem R$ 150 milhões de alvo. “O volume de negócios do mercado de vinhos finos é
de aproximadamente $7 bilhões ano, o fundo tem uma oferta limitada planejada para os
primeiros anos. O processo de curadoria dos rótulos é feito com a mesma
diligência que o mercado opera na hora de montar uma carteira de ações”,
explica o CEO da Vitreo Gestão.